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Revisão do regime tributário: quando vale a pena mudar?

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19/12/2025

Revisão do regime tributário é um dos pontos mais estratégicos, e frequentemente ignorados, na gestão financeira de quem trabalha como PJ em tecnologia. Muita gente escolhe um regime no momento de abrir o CNPJ e segue com ele por anos, sem revisar se ainda é a melhor opção. 

Contudo, o modelo fiscal ideal hoje pode deixar de fazer sentido amanhã, especialmente em um mercado tão dinâmico quanto o de TI. Dessa forma, quando o regime está desalinhado com o seu atual cenário, o resultado é o seguinte: você paga mais imposto do que deveria ou assume riscos desnecessários.

Por isso, neste artigo, você vai entender quando é o momento certo para reavaliar o regime tributário, quais são as opções disponíveis para profissionais de TI e como a Colinear pode ajudar você a tomar essa decisão de forma segura e estratégica.

Quais são as opções de regime tributário para profissionais de TI?

Profissionais de tecnologia que atuam como PJ podem ser tributados por três regimes principais: Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real. Cada um tem suas regras, alíquotas e critérios de escolha. Portanto, entender as diferenças é o primeiro passo para fazer uma revisão inteligente.

Como funciona o Simples Nacional?

O Simples Nacional é o regime mais comum entre profissionais PJ no início da operação. Ele unifica vários tributos em uma única guia e tem alíquotas progressivas conforme o faturamento acumulado dos últimos 12 meses.

Para quem atua na área de tecnologia, a tributação costuma acontecer pelo Anexo III ou V, dependendo do Fator R, que considera o valor do pró-labore em relação à receita bruta.

Vantagens:

  • Menor complexidade no cumprimento das obrigações fiscais
  • Custo fixo previsível em faixas de faturamento mais baixas
  • Em alguns casos, menor carga tributária no início das atividades

Limite de faturamento:

  • R$ 4,8 milhões por ano

O que muda no Lucro Presumido?

O Lucro Presumido costuma ser a alternativa mais vantajosa para quem ultrapassa R$ 26 mil de faturamento mensal na área tech. 

Nesse regime, calcula-se o imposto com base em uma margem de lucro “presumida” pela Receita Federal, no percentual de 32% para prestadores de serviço. Ou seja, você paga impostos como se sempre lucrasse esse percentual, mesmo que sua margem real seja menor ou maior.

Tributos cobrados:

  • IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, ISS
  • Não há unificação em uma guia única como no Simples

Vantagens:

  • Pode ser mais econômico para quem fatura mais ou tem poucas despesas dedutíveis
  • Mais controle sobre os tributos pagos

Limite de faturamento:

  • R$ 78 milhões de receita bruta anual. 

Atenção:
A gestão contábil é um pouco mais complexa e exige acompanhamento técnico especializado.

Quando considerar o Lucro Real?

O Lucro Real é o regime mais complexo, e também o mais técnico, entre as opções. Por isso, não é indicado para profissionais PJs, visto que a margem de lucro é alta.

Nele, o imposto é calculado com base no lucro contábil efetivo da empresa, considerando todas as receitas e despesas. Além disso, é obrigatório para empresas com faturamento acima de R$ 78 milhões por ano, mas pode ser adotado por qualquer empresa, caso faça sentido estratégico.

Vantagens:

  • Ideal para operações com margens baixas e muitas despesas dedutíveis
  • Possibilidade de pagar menos imposto se o lucro efetivo for menor que o presumido
  • Mais adequado para estruturas complexas ou com atuação internacional

Atenção:

  • Elevada complexidade contábil
  • Custo de compliance mais alto
  • Risco maior se a escrituração não for bem feita

Quando a revisão do regime tributário é indicada?

Nem sempre a mudança de regime tributário precisa acontecer logo após abrir o CNPJ. Porém, ao longo do tempo, certos sinais indicam que a estrutura atual pode não ser a ideal e que é hora de simular cenários para evitar perdas financeiras ou riscos fiscais. Veja os principais momentos em que a revisão se torna necessária:

Faturamento próximo ou acima do teto do Simples

Se sua empresa se aproxima dos R$ 4,8 milhões de receita anual, ou R$ 26 mil de faturamento mensal para o profissional de tecnologia, é essencial revisar o regime com antecedência. Atingir esse limite sem planejamento pode levar a um desenquadramento automático, o que aumenta a carga tributária de forma repentina.

Além disso, mesmo antes de bater o teto, já pode fazer sentido migrar para o Lucro Presumido, dependendo da margem de lucro e dos custos operacionais.

Margem de lucro alta com poucas despesas dedutíveis

Se a operação tem alta rentabilidade, mas poucas despesas que possam ser abatidas, como por exemplo folha, aluguel ou estrutura física, regimes simplificados costumam ser mais vantajosos. Nesse cenário, o Lucro Presumido tende a gerar uma carga tributária menor.

Quanto mais enxuta for a estrutura da empresa e maior a margem de lucro, maior a chance de o Lucro Presumido resultar em uma carga tributária menor do que o Simples Nacional, mesmo com uma complexidade um pouco maior na rotina contábil.

Baixo pró-labore prejudicando o Fator R

No Simples Nacional, o Fator R é um divisor crucial. Ele determina se a empresa será tributada pelo Anexo III (alíquotas mais baixas) ou pelo Anexo V (alíquotas mais altas). Dessa maneira, se o pró-labore for muito baixo em relação ao faturamento, a empresa pode acabar pagando mais imposto por cair automaticamente no Anexo V.

Atuação com clientes internacionais ou estrutura mais complexa

Quando o PJ passa a prestar serviços para o exterior ou lida com operações em moeda estrangeira, novos fatores entram na equação: variação cambial, retenções, contratos com regras diferentes e até obrigações acessórias específicas.

Além disso, se a empresa cresce e passa a operar com múltiplos centros de custo, projetos paralelos ou estruturas societárias, o regime atual pode não dar conta dessa complexidade, e a revisão tributária se torna uma necessidade estratégica.

Entrada de sócios, contratação de equipe, novas frentes de receita

Com a entrada de sócios ou colaboradores, surgem outras implicações fiscais: distribuição de lucros, folha de pagamento, encargos, definição de pró-labore, entre outros. O mesmo vale quando a empresa passa a atuar em novos tipos de serviço ou produtos.

Portanto, essas mudanças alteram o perfil contábil da empresa e, com isso, impactam diretamente o regime mais adequado para manter equilíbrio entre carga tributária e obrigações legais.

Como escolher o melhor regime para o próximo ano?

A definição do regime tributário ideal deve considerar o momento atual da sua empresa e os planos para o futuro. Não existe uma única resposta: tudo depende dos números, da estrutura e dos objetivos do negócio. Por isso, essa escolha precisa ser feita com base em dados concretos, simulações e, sempre que possível, com o apoio de uma contabilidade especializada.

Avalie seu histórico financeiro e projeções

O primeiro passo é entender onde sua empresa está e para onde vai. Olhar apenas o faturamento bruto do ano anterior não é suficiente. Assim, é preciso considerar:

  • A evolução da receita nos últimos 12 meses;
  • A margem de lucro;
  • Os principais custos e despesas;
  • A estrutura atual (pró-labore, equipe, contratos);
  • As projeções para o próximo ano.

Essa visão completa permite identificar se o regime atual ainda faz sentido ou se existe espaço para otimizar a tributação.

Simule a carga tributária em cada regime

Cada regime tem regras próprias de cálculo, alíquotas, bases de incidência e obrigações. Simular quanto você pagaria em cada um — com base em dados reais — é o que garante uma decisão estratégica.

Além disso, esse exercício mostra claramente o impacto de mudar ou manter o regime atual. E com o apoio da contabilidade, essa comparação se torna mais precisa, considerando todas as variáveis (inclusive fator R, retenções, ISS por município, etc.).

Na nova plataforma da Colinear, você pode simular os seus custos como PJ com base no valor que recebe e visualizar cenários tributários de forma prática e rápida. Uma forma simples de começar a entender qual regime pode ser mais vantajoso para o seu momento.

Leve em conta a complexidade operacional

À medida que os regimes oferecem maior potencial de economia tributária, também exigem mais controle e gestão. O Lucro Presumido, por exemplo, demanda mais organização financeira e obrigações mensais. O Lucro Real exige escrituração completa, gestão de centro de custos e acompanhamento contábil muito próximo.

Por isso, não basta escolher apenas com base no valor do imposto. É importante considerar se a estrutura da sua empresa comporta a complexidade do novo regime ou se será necessário o suporte técnico para lidar com ela.

Considere obrigações acessórias e compliance

Cada regime tem um conjunto diferente de obrigações acessórias: declarações, livros contábeis, retenções, documentos fiscais e regras de apuração. Ignorar essas exigências pode gerar multas, desenquadramentos e riscos de passivo fiscal.

Nesse ponto, o apoio da contabilidade especializada é essencial para garantir que, independentemente do regime escolhido, sua empresa esteja em conformidade com o Fisco e operando com segurança jurídica.

Como a Colinear apoia a sua revisão do regime tributário?

A escolha do regime tributário ideal não depende apenas de alíquotas, mas de uma análise técnica que leve em conta seu modelo de negócio, sua projeção de receita e a forma como você atua como PJ. É exatamente por isso que a Colinear vai além da contabilidade tradicional.

Somos especializados no atendimento a profissionais de tecnologia, como desenvolvedores, analistas de dados, engenheiros de software, recrutadores tech e consultores. Isso significa que entendemos os desafios, as oportunidades e os detalhes fiscais do seu universo, incluindo contratos com o exterior, variações no pró-labore, fator R e mudanças frequentes no perfil de atuação.

Dessa forma, oferecemos apoio completo na revisão do regime tributário, desde o diagnóstico inicial até a simulação da carga tributária em diferentes cenários, além de cuidar da transição e do cumprimento de todas as obrigações envolvidas. Nosso foco é garantir que você pague o mínimo necessário dentro da lei, sem correr riscos e com total transparência.

Conte com uma contabilidade feita para quem vive (e trabalha) em tecnologia. Fale com a Colinear para revisar seu regime e pagar menos imposto com segurança!

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